Durante a Audiência Pública realizada hoje (15/10), pela Assembleia Legislativa, para debater os aumentos abusivos e a qualidade dos serviços prestados pela Energisa MT, o presidente do STIU/MT, Dillon Caporossi, apontou os problemas responsáveis pela má qualidade dos serviços prestados pela Empresa.

Dillon Caporossi enfatizou que um dos principais pontos para a má qualidade dos serviços prestados para a população é devido a redução da força de trabalho, empregados próprios e terceirizados, que em 2014 eram 3.800 trabalhadores e em 2018 diminuiu para 3.218, conforme dados do Balanço Patrimonial da Energisa MT, divulgados no Diário Oficial do Estado de Mato Grosso. No entanto, o presidente da Energisa MT, Riberto Barbanera, de maneira contraditória ao dado oficial divulgado no Balanço Patrimonial da empresa, afirmou que a força de trabalho atual totaliza 5.221 trabalhadores.

O presidente do STIU/MT questionou ainda o fato da Energisa MT ter obtido lucro de cerca de R$ 750 milhões, desde que chegou aqui em 2014, e o povo ainda ficar sem energia, afirmando que única intenção da empresa é transferir dinheiro para o grupo, cabendo destacar que a energia elétrica, no período de 2014 a 2019, teve um aumento de 36,17% acima da inflação.


FRAUDE NA BAIXA DE OS

Outra denúncia apresentada, foi a respeito das Ordens de Serviços baixadas sem atendimento. Apresentou provas documentais exibidas no telão, instalado no plenário, que atestam as denúncias.

 

O vídeo acima mostra Ordem de Serviço sendo fraudada, atendendo imposição da diretoria. No lado direito, mostra que o ínicio do atendimento até o termino foi no dia 05/10 às 14:30. Logo em seguida, o vídeo mostra no canto inferior direito, a data em que a ordem está sendo baixada, no dia 08/10, comprovando a fraude.

 

Na busca por levantar elementos para fundamentar as denúncias, o STIU/MT filmou e fotografou o movimento do público consumidor na Agência Comercial Barão de Melgaço. As imagens coletadas expõem situações de acúmulo de pessoas que são submetidas a longas esperas. Cabe ainda registrar que na data de 14/10, a diretoria do STIU/MT, constatou que no período matutino os usuários que procuraram a Agência Comercial Barão de Melgaço foram atendidos sem o recebimento de senhas, de modo a maquiar a realidade predominante pelo acúmulo de pessoas, longas esperas e sobrecarga dos funcionários.

Devido a não distribuição de senha no período matutino, no dia 14/10/2019 a imagem ao lado mostra que ao 12:40 a senha ainda era de número 13, de maneira a maquiar a longa espera.

 

A imagem acima mostra o sistema com o tempo de espera de cada senha, com clientes esperando a quase 50 minutos por atendimento.

Entre as razões apontadas para o mal atendimento, o presidente do Sindicato citou o fechamento das Agências Comerciais na Morada da Serra, Coxipó, Cristo Rei, Ganha Tempo, bem como a extinção do Call Center em Mato Grosso e sua transferência para a cidade de Eusébio no Ceará. Também enumerou o aumento do número de consumidores e o crescimento da Extensão da Rede de Distribuição, sem o devido aumento na contratação do número exigido de trabalhadores para atender a demanda, além da transferência do faturamento para Cataguases –MG e a retirada dos empregos para outros Estados, como fatores que contribuem diretamente para a má qualidade dos serviços.

 

Imagem evidencia o acúmulo de usuários na Agência Comercial Barão de Melgaço, em razão do fechamento do atendimento na Morada da Serra, Coxipó, Cristo Rei e Ganha Tempo.

 

O presidente do STIU/MT foi bastante claro, no sentido de expressar, que é preciso separar as atitudes da direção da Empresa, da posição dos trabalhadores, que estão sendo ameaçados em sua integridade moral, física, inclusive correndo o risco de perda da própria vida, por parte de consumidores indignados com a má qualidade dos serviços, causados pela má gestão da Empresa, o que não é culpa dos trabalhadores. Os trabalhadores são aqueles que trabalham de sol a sol, buscando prestar um serviço de qualidade, o que só não ocorre devido à falta de investimentos da Energisa MT.

Segundo assinalou Dillon Caporossi na Audiência Pública, a Energisa MT tem o costume de humilhar os trabalhadores, conduta essa que não é aceita aqui em Mato Grosso. Demitiu 1.547 empregados desde que assumiu a concessão no Estado. Um Leiturista que ganha R$ 1.800 é muito! Um eletricista que ganha R$1.900 é muito! Ela demite para pagar o piso de R$1.300 leiturista e R$1.400 eletricista. Não adianta falar que o ACT encarece o preço da luz. Os R$ 200 milhões gastos com o Acordo Coletivo dos empregados, representa apenas 2,94% do faturamento de R$ 6,8 bilhões em 2018.