Na manhã do dia 30/08, o STIU-MT realizou Assembleia Geral em frente ao Portão 06 do Complexo Barro Duro, a fim de explicar os procedimentos para assinatura do Termo de Anuência que autoriza o Sindicato a homologar acordo judicial com a Cemat para o recebimento do Passivo Trabalhista do Adicional de Periculosidade sobre o Adicional para empregados que dirigem veículos da empresa.

Para agilizar os procedimentos de assinatura do Termo de Anuência, o Sindicato instalou um ponto de atendimento no Portão 06 do Complexo Barro Duro, nos dias 30, 31/08 e 03/09, colocando uma pessoa à disposição no local para coleta de assinatura. Após esta data, os trabalhadores de Cuiabá e Várzea Grande deverão procurar a sede do Sindicato, tendo como prazo final o dia 12/09, porque a audiência para homologação do acordo judicial na 5ª Vara do Trabalho é 14/09.

Também se discutiu a prática de abusos e tratamento desrespeitoso aos leituristas e as consequências negativas da terceirização, o que vem prejudicando os trabalhadores e a própria empresa.

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Terceirização

Durante a Assembleia, o presidente do STIU-MT, Dillon Caporossi, estranhou que apesar do número de consumidores de energia estar crescendo o faturamento da Cemat apresenta queda. Dillon entende que existe uma série de fatores responsáveis pela situação crítica em que a empresa se encontra. “Têm erros grotescos”, argumentou Dillon, apontando como exemplo o critério adotado para reaviso de conta destinada ao recebimento do consumo de energia. “Pelo atual critério a empresa abre mão da arrecadação mensal, permitindo ao consumidor pagar até 40 dias depois”, apontou Dillon. “Abrir mão de receber a arrecadação mensal prejudica seriamente a empresa”, afirmou, “não bastasse ter outros erros comprometedores”. “A direção deste Sindicato e os trabalhadores têm alertado para a necessidade de se promover mudanças na gestão da empresa, mas não sabemos se por incompetência ou razões inconfessáveis, não somos ouvidos”, questionou.

Leituristas

“O tratamento desrespeitoso e arrogante dispensado aos leituristas da empresa é outra prova cabal da incompetência dos gestores”, exemplificou Dillon. “O perfil daqueles que não têm competência é tratar os comandados com arrogância e falta de respeito. Tentam suprir a falta de competência profissional impondo o medo, achando que a intimidação pode substituir o respeito conquistado com base na demonstração de capacidade na realização das tarefas”, manifestou Dillon. “Quem manda tem que saber fazer, e melhor do que os comandados. Os gerentes mostram visivelmente que não conhecem a área de leitura de consumo de energia quando tratam os trabalhadores com falta de respeito e sem observar informações técnicas enviadas pela Cemat à agência reguladora, ANEEL”, citou o presidente do Sindicato.

Para comprovar suas afirmações, Dillon lembrou que “os leituristas denunciaram à direção do STIU-MT que os gerentes estabelecem metas diárias de trabalho humanamente impossíveis de serem cumpridas, o que tem levado muitos a trabalhar sem comer e sem descanso no horário do almoço”. O presidente do STIU-MT citou que a nota técnica da ANEEL – dado utilizado como base de cálculo para revisão tarifária – ciclo 2008 a 2012 – estabelece para a Cemat que a quantidade máxima de leitura por jornada é de 330 para a zona urbana e 45 para a zona rural. No entanto, os gerentes da Cemat exigem dos trabalhadores mais de 500 leituras por jornada para a zona urbana e 80 para a zona rural. “É a mais clara demonstração de que os gestores não tem conhecimento das normas técnicas e determinam metas absurdas, impossíveis de serem cumpridas, mostrando assim sua incapacidade”, destacou Dillon.

Deliberações sobre as condições de trabalho dos leituristas

No final da Assembleia os trabalhadores presentes aprovaram por unanimidade: a) que o Sindicato marcará reunião com representantes da empresa para discutir os problemas enfrentados pelos leituristas; b) que a partir desta data estes trabalhadores efetuarão suas tarefas diárias dentro da jornada normal de trabalho, de 08h/dia, respeitando-se o intervalo intrajornada de 02h, mas que manterão o mesmo empenho, dedicação e competência com que executam atualmente seus serviços; c) que o número de leituras, restarte e miscelânea será realizado de acordo com as possibilidades, humanas e técnicas, dentro de cada rota atribuída aos trabalhadores e que estes não mais aceitarão serem desrespeitados pela gerência/coordenação, conforme as ocorrências já relatadas à Cemat; d) que se os problemas continuarem, todos os trabalhadores serão mobilizados e não só aqueles que trabalham na leitura; e) Assembleia Geral permanente para acompanhar os acontecimentos e decidir os encaminhamentos exigidos.