O atendimento ao consumidor de energia elétrica deve se tornar precário nos próximos meses, a se confirmar o fechamento de mais agências de atendimento ao cliente da Energisa Mato Grosso (antiga Cemat), denunciou o presidente do Sindicato dos Urbanitários de Mato Grosso (STIU-MT), Dilon Caporossi, nesta terça-feira (12). A primeira delas foi a do grande Cristo Rei, em Várzea Grande.

“Eles [o conselho diretor da concessionária Energisa] se reuniram na semana passada com os funcionários para dizer que iriam fechar as agências [informação negada pela comunicação da empresa, veja abaixo, neste mesmo texto]; se hoje te disseram que não ou estão mentindo ou mudaram de opinião, esperamos que tenham mudado, pois a população só perderia com isso”, disse, por telefone, Caporossi.

Pela resolução 414 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) o tempo máximo para atendimento de um cliente – para qualquer um dos serviços – não deve exceder os 45 minutos. “E atender para todos os serviços, não é só pra segunda-via”, ironiza Caporossi, referindo-se ao principal serviço prestado pela agência da Energisa no Ganha Tempo.

“Ao invés de fechar, eles precisavam ampliar a agência do CPA [por onde começaria o enxugamento], que só tem três funcionários e um gerente. Todos, população e funcionários, entulhados, passando calor, sofrendo com a falta de estrutura”.

De acordo com Caporossi, o faturamento mensal da empresa é de R$ 300 milhões, ainda assim, o objetivo é diminuir custos operacionais e com funcionários no atendimento à população. “Tanto isso é verdade que Várzea Grande agora tem uma só agência, e duas já eram pouco. Cuiabá tem a do Ganha Tempo, a da Barão de Melgaço, CPA e do Pedra 90, que também já está na mira do fechamento”, avisa.

O presidente do STIU-MT disse que o plano de fechamento começaria pela do CPA, “uma completa falta de respeito com a população. Já fecharam o call Center de Mato Grosso e mandaram pro Ceará e o resultado foi o fechamento de 360 postos de trabalho”, argumenta.

“É tudo pra reduzir custos e ganhar ainda mais dinheiro, mesmo com a população pagando a terceira conta de luz mais cara do mundo. E isso os trabalhadores não aceitam”, encerrou Caporossi, cuja ideia é mobilizar a população para o que está ocorrendo.

ENERGISA – Da parte da concessionária, a assessoria de comunicação confirmou o fechamento da agência no Cristo Rei, Várzea Grande, mas disse que a empresa está avaliando as de Cuiabá e que pode haver, sim, a redução de algumas delas, mas tudo de acordo com o fluxo de atendimentos.

“A gente tem legislação pra isso, há obrigação de manutenção de atendimento em alguns lugares, mas em outros municípios não há volume para mais de uma”, explica.

Também há, ainda segundo a assessoria, confusão quanto às informações prestadas. “Em alguns municípios, o funcionamento se dá por três horas; em outros, por quatro ou seis ou oito horas, acabamos de abrir uma agência ainda ontem em Barão de Melgaço, nova, bem estruturada. Mas somos obrigados e manteremos no mínimo 144 agências no estado, pelo menos uma em cada município, isso é obrigatório por lei”, disse.

Não há, portanto, possibilidade de todo atendimento vir a ser realizado por call center, como se chegou a cogitar nas mídias e redes digitais.

Fonte: Jornal Diário de Cuiabá