A sociedade mato-grossense vem sendo vítima da cobrança abusiva pelo consumo de energia elétrica, em consequência do elevado preço da tarifa. O preço é tão elevado que em 2015 o custo da tarifa cobrado em Mato Grosso tornou-se a terceira mais cara do mundo, conforme resultado do estudo elaborado pela Federação das indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).

A energia elétrica é fator fundamental para o conforto, bem-estar e saúde do cidadão, e básica para o funcionamento e crescimento das empresas nas áreas de comércio, serviços e indústrias. Mas em consequência do preço abusivo da tarifa, a energia vem se transformando numa espécie de produto de “luxo”, cuja utilização consome grande parte da renda e salários das famílias e do faturamento dos estabelecimentos comerciais de serviços e empresariais em geral.

Em Mato Grosso a privatização da Cemat em 1.997 contribuiu para elevar a conta de energia nas nuvens, aumentando a tarifa muito acima do Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA), índice oficial do governo para medir a inflação. O preço da tarifa residencial, entre os anos de 1998 e 2017, aumentou 498% IPCA/IBGE.

Dessa forma, ao invés de fonte de bem-estar social e desenvolvimento econômico, a utilização da energia elétrica transformou-se num fardo pesado na vida das famílias, empresas e negócios, única e exclusivamente para beneficiar o Grupo Energisa-MT, que detém o controle da distribuição, com faturamentos bilionários. Para que se tenha ideia mais exata, apenas no curto período entre 2014 a 2017, a Energisa Mato Grosso faturou R$ 20,8 bilhões, conforme comprovam os dados do Balanço Patrimonial Anual da empresa, divulgados no Diário Oficial do Estado.

Afora todos os problemas enumerados, a tarifa abusiva ainda traz como consequência negativa servir de barreira à industrialização e consequente elevação do nível de desenvolvimento econômico do nosso Estado. Como é do conhecimento geral, a energia elétrica é estratégica para o funcionamento das indústrias, e apesar da farta matéria prima produzida pelo agronegócio e das riquezas naturais abundantes, a tarifa de energia muito cara inviabiliza a industrialização de Mato Grosso.